quinta-feira, 17 de junho de 2010

Urbanismo e Ruralidade

Na minha opinião, a vida rural não desaparecerá por completo, porque embora o êxodo rural para as zonas urbanas vá diminuindo o número de pessoas no meio rural, há sempre pessoas que hão-de residir no espaço rural embora já não dependam da agricultura como antigamente, pois a agricultura de hoje é quase toda industrializada ou por sua vez poderá haver pessoas do meio urbano que passam a viver nas aldeias para fugir do stress causado pelo movimento das cidades.
Hoje em dia a vida rural já se assemelha à vida urbana porque cada vez há mais presença de transportes públicos, das novas tecnologias e do pequeno comércio como nas grandes urbes, sendo o desenvolvimento nestas vilas e aldeias já muito semelhante ao das cidades.
Eu penso que a vida rural não desaparecerá na totalidade, porque haverá sempre pessoas com uma forte relação com a vida agrícola, ou mesmo que vivem na aldeia apesar de trabalharem na cidade, tal como haverá sempre algumas pessoas que, mais tarde na sua vida, irão regressar as suas origens rurais.

Diogo Maris Coelho

terça-feira, 15 de junho de 2010

Influência de um facto histórico


No dia 11-09-2001, eu estava a trabalhar com um colega no escritório, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa. Fui chamado pelo meu colega para ir ver na televisão o acidente de um avião que tinha batido numa das torres gemias em Nova Iorque. Quando cheguei à sala onde se encontravam a ver as notícias dá-se o segundo acidente e é ai que se começa a falar em terrorismo. E foi assim que tomei conhecimento dos factos.
A partir desse momento e até determinado altura acho que se caio no exagero em matéria de segurança, começou-se a viver um clima de desconfiança, desconfiara de tudo e de todos. Posso dar como exemplo disso, as situações quando eu me deslocava a determinados clientes e tinha que passar por diversos níveis de segurança, etapas essas que não eram praticadas até então e coisas como essas passaram-se com muitas pessoas.

Globalização


Globalização, no seu sentido literal, é o processo de transformação de fenómenos locais em globais. Ela pode ser descrita como um processo pelo qual as pessoas em conjunto, umas com as outras, formam uma única sociedade.


Este processo é um conjunto de efeitos económicos, tecnológicos, socioculturais e políticos. A globalização é frequentemente utilizada para referir-se a globalização económica, isto é a integração das economias nacionais na economia internacional através do comércio, do investimento directo estrangeiro, a migração, bem como a disseminação da tecnologia. O ritmo da globalização acelerou rapidamente durante a quarta parte do século XX
O termo "globalização" tem sido utilizado pelos economistas desde a década de 1980, embora seja usado em ciências sociais desde a década de 1960. Porém, seu conceito não se tornou popular até a segunda metade dos anos 1980 e 1990. Os primeiros conceitos teóricos da globalização foram escritos pelo empresário americano Charles Taze Russell, que cunhou o termo “sociedades gigantes”.
A globalização afecta o mundo de várias formas, tais como: a indústria, economia, política, língua, cultural. Com isso, gerando a expansão capitalista, onde é possível realizar transacções financeiras, expandir os negócios até então, para mercados distantes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado vaio a permite tal expansão, porém, obtêm-se como consequência o aumento da concorrência.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Urbanismo e mobilidade

Nesta breve história, vou contar o percurso de vida de uma pessoa que conheço, o seu nome é Máximo dos Santos. É natural de uma aldeia do Alentejo e actualmente reside na periferia do Montijo, há cerca de 48 anos. O motivo que levou à sua migração para Lisboa foi para fugir dos maus-tratos que sofria por parte da sua progenitora. Quando tinha cerca de 12 anos, decidiu fugir de casa e procurar abrigo em casa de uma tia que residia em Lisboa. Essa mesma tia, através dos conhecimentos que possuía no local, apresentou-lhe um senhor que possuía uma oficina de reparação de equipamento de refrigeração.
Devido à experiência adquirida nessa época, na altura de cumprir o serviço militar obrigatório foi encaminhado para o sector da electromecânica, no qual foi lhe dada alguma formação. Devido à falta de técnicos em Timor, rapidamente imigrou para esse país, onde permaneceu cerca de dois anos a cumprir o seu serviço militar obrigatório. Foi um tipo de migração externa e intercontinental e uma migração forçada pelas obrigações do cumprimento do serviço militar. Foi também uma imigração temporária pois quando terminou o serviço militar voltou ao seu país.
Após ter cumprido o seu serviço militar, e como nesse tempo os técnicos de refrigeração eram escassos, foi com alguma facilidade que conseguiu colocação numa empresa bastante prestigiada na altura. Após algum tempo nessa empresa foi convidado a imigrar para Angola, como sempre foi uma pessoa empenhada e profissional no que fazia, fez com que percorresse vários países do continente africano. Neste caso foi novamente um caso de migração externa e intercontinental.

A viagem da língua portuguesa pelo mundo

FORMAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Origem da língua

ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA

Os Romanos invadiram a Península Ibérica, no século III antes de Cristo, com o intuito de travar a expansão dos Cartagineses, dado que estes constituíam uma séria ameaça ao domínio do mundo mediterrânico pretendido por Roma.
Vencidos os Cartagineses, os Romanos acabaram por dominar toda a Península, tanto no aspecto político-militar quanto no aspecto cultural, nomeadamente no que respeita à língua. A civilização latina foi-se impondo através da abertura de escolas, da construção de estradas e de templos, pela incrementação do comércio, pelo serviço de correio, etc. Consequentemente, a sua língua, o Latim, tornou-se indispensável e obrigatória, suplantando os idiomas já existentes. Mas, como é fácil prever, o Latim dos soldados romanos não era o mesmo dos escritores. Era o Latim usado pelo povo, chamado Latim Vulgar.
Já o povo peninsular se encontrava totalmente romanizado, quando, no século V da era cristã, a Península voltara a ser invadida e assolada, desta vez pelo povos bárbaros germanos (alanos, suevos, vândalos, visigodos), gente essencialmente guerreira e de cultura inferior à alcançada ao longo do processo de romanização. Daí que os bárbaros, apesar de vencedores, acabassem por adoptar a civilização e a língua latinas. Mas isto não impediu a dissolução da unidade política do império, uma vez que os bárbaros, baseados no pressuposto de que a instrução fragilizava o espírito bélico dos soldados, decretaram o encerramento das escolas.
Se este facto motivou o enfraquecimento da nobreza romana, somar-se-lhe-ia entretanto um outro que a condenaria ao seu desaparecimento: as letras latinas, preservadas e cultivadas no silêncio dos mosteiros, viriam a ser proibidas por um cristianismo radical e exacerbadamente purificador, por as considerar contaminadas pelo espírito pagão.

TRANSFORMAÇÃO DO LATIM VULGAR EM DIALECTO

À queda e fragmentação do Império Romano sucede-se a supressão dos elementos unificadores do idioma. Isto é, o Latim Vulgar, já substancialmente modificado pela acção do substrato linguístico peninsular, perde progressivamente terreno e desenvolve-se diferentemente em cada região. Isto equivalerá a dizer que o Latim vulgar se dialectou, sobretudo devido à invasão bárbaro – germânica.
Chegados ao século VII, os árabes, vindos do Norte de África, invadiram a Península. Como a sua cultura era superior à que o povo peninsular possuía, eles tentaram impor a sua língua como oficial. Porém, os habitantes da Península, sentindo as enormes oposições de raça, de língua e de religião que os separavam do povo vencedor, não aceitaram a sua civilização e continuaram a falar o "romance" (o Latim Vulgar, contaminado por diversos substratos). No entanto, algumas povoações acabaram por receber directamente a influência dos árabes, formando uma espécie de comunidades mistas, denominadas "moçárabes", mas mantendo independência quanto ao culto religioso.
Por estas razões se compreende que o povo árabe, cultural e civilizacionalmente superior, não tenha tido, ao longo dos mais de sete séculos de ocupação peninsular (expulsos em 1492, por Fernando de Aragão e Isabel de Castela), uma forte influência no tocante à língua portuguesa. A maioria dos vocábulos que o nosso idioma absorveu desse povo caracterizam-se pelo prefixo AL, que corresponde ao artigo definido árabe, como documenta os seguintes exemplos: álgebra, algibeira, álcool, alcatifa, alface, algarismo, alfazema, alcachofra, almofada, alfinete, algema, algodão, alqueire, etc.


O DESPERTAR DA EMANCIPAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
O processo de expulsão do povo árabe da Península foi longo e penoso. Nos finais do século XI, sob a bandeira de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, muitos fidalgos acorreram em auxílio do monarca para libertar o reino da presença do infiel. Entre eles destaca-se D. Henrique, conde de Borgonha, que, pelos serviços à coroa e à causa cristã, recebera em casamento a filha do rei, D. Tareja, e, por dote, o governo do Condado Portucalense, um pequeno território situado na costa ocidental da Península, entre os rios Douro e Minho.
D. Afonso Henriques, filho do conde D. Henrique, continuou a luta contra os mouros, pretendendo transformar o reino de Leão e Castela num estado independente. De entre os inúmeros combates, ganhou particular importância a batalha de Ourique, em 1139, quer pela vitória alcançada sobre os árabes, quer também pelo facto de os soldados, antes de se iniciar o combate, terem aclamado D. Afonso Henriques de rei de Portugal. Mas só em 1143 seria reconhecida a independência do Condado Portucalense e D. Afonso Henriques proclamado rei. E daqui nasceria Portugal.
Nessa região, onde fora fundada a monarquia portuguesa, falava-se um dialecto denominado galaico-português, expressão linguística comum à Galiza e Portugal. Mas, à medida que Portugal alargava os seus domínios para Sul, ia absorvendo os falares (ou romances) que aí existiam e, consequentemente, ia-se diferenciando do galego, até se constituírem como línguas independentes: o galego acabou por ser absorvido pela unidade castelhana, e o português, continuando a sua evolução, tornar-se-ia a língua de uma nação.
III. FASES DE EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Segundo Leite de Vasconcelos, há a considerar na evolução da língua portuguesa três fases: pré-histórica, proto-histórica e histórica.
__ Fase Pré-Histórica: começa com as origens da língua e vai até ao século IX. Entre o século V e o século IX temos o que geralmente se denomina romance lusitano. Ao longo deste período encontramos somente documentação em Latim Vulgar.
__ Fase Proto-histórica: estende-se do século IX ao século XIII. Nesta fase encontram-se já, nos documentos redigidos em Latim Bárbaro (o Latim dos notários e tabliães da Idade Média), palavras e expressões originárias dos romances locais, entre os quais aquele que dera origem ao Português. Donde se deduz que a língua já era falada, mas não escrita.
__ Fase Histórica: inicia-se no século XII e estende-se até aos nossos dias. Esta fase compreende dois períodos:
1. Período do Português Arcaico: vai do século XII ao século XV.
O primeiro texto inteiramente redigido em português data do século XII. Pensou-se durante muito tempo tratar-se da Cantiga da Guarvaya, também chamada "Cantiga da Ribeirinha", porque dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a «Ribeirinha», amante de D. Sancho I:
[VOCABULÁRIO: parelha = semelhante, igual; mentre = enquanto, entrementes; ca = pois, porque; moiro = morro; queredes = quereis; retraya = retrate, evoque; que uos enton non ui fea = que então vos vi linda (por litote); mi = mim; semelha = parece; guaruaya = manto escarlate próprio dos reis.]
Porém, o tempo veio provar que o autor desta composição, Paio Soares de Taveirós, se situa no segundo terço do século XIII e não no século XII, como Carolina Micaëlis havia suposto, ao considerar esta cantiga como escrita em 1189 ou 1198.
Para já, tudo parece indiciar que a Notícia de Torto (antes de 1211?) e o Testamento de Afonso II (1214) serão os mais antigos documentos não literários escritos em Português. Quanto às composições de carácter literário, pensa-se que João Soares de Paiva, a quem se deve uma cantiga de maldizer, segundo López Aydillo datada de 1196, terá sido o primeiro poeta a escrever em idioma português.
A partir dessa altura, aparecem outros textos de poesia e, mais tarde, surgem os primeiros textos em prosa.
As poesias reunidas nos "Cancioneiros" e as "Crónicas" de Fernão Lopes, Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina são textos que documentam este período arcaico.
Em 1290, D. Dinis, o rei 'Trovador', torna obrigatório o uso da língua portuguesa e funda, em Coimbra, a primeira Universidade.
2. Período do Português Moderno: do século XVI até aos nossos dias.
Por influência dos humanistas do Renascimento, o século XV ficou marcado por um aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos. Ao mesmo tempo que se procurava, ao nível das artes e das Letras, imitar os modelos latinos, tentava-se igualmente aproximar a Língua Portuguesa da língua – mãe. Como a coroar esse processo, aparece, em 1572, a obra de Luís de Camões, «Os Lusíadas», marco histórico do nosso idioma e monumento literário e linguístico.
É neste mesmo século que surgem as primeiras tentativas de dramatização da língua. Fernão de Oliveira edita, em 1536, a primeira Gramática da língua portuguesa, intitulada «Gramatica da Lingoagem Portugueza». Em 1540, João de Barros escreve, com o mesmo título, a segunda gramática da língua portuguesa.
A partir do século XV, através da expansão marítima, os portugueses descobrem novas terras e a elas levam a sua língua, estendendo deste modo o espaço geográfico em que a Língua Portuguesa serve, com mais ou menos alterações relativamente à do povo que a divulgou, de língua de comunicação em várias nações do mundo.
Causas da dispersão do português pelo mundo
A língua portuguesa foi transportada para os territórios colonizados durante a expansão portuguesa. Isto após uma outra fase de expansão territorial, que a transportara até ao Algarve desde as terras galegas e nortenhas, no contexto da reconquista cristã. O português é uma língua nascida no norte e que cresceu para sul.
A língua foi um dos principais instrumentos desse processo de expansão que começou no início do séc. XV, um dos motivos que motivou a essa expansão territorial foi a divulgação da fé cristã e a procura de novos locais para poder explorar os recursos naturais e comercializá-los. Essa expansão deu-se em várias regiões tais como: Brasil Cabo Verde, Angola, Timor, Macau, Moçambique.
Uma das regiões onde se fala português
No caso de Moçambique, de acordo com o artigo 10 da nova Constituição, de 2004, "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, consoante o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, ela é língua materna de apenas 6% da população, número que, na cidade de Maputo, chega aos 25%, apesar de cerca de 40% dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar (em Maputo, 87%),

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA EM MOÇAMBIQUE

Moçambique está entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial, sendo falada essencialmente como segunda língua por uma pequena parte da sua população. De acordo com dados do Censo de 1980, no conjunto das línguas faladas em Moçambique – num total aproximado de vinte línguas, maioritariamente do grupo bantu - era falado por cerca 25% da população, e constituía a língua materna de pouco mais de 1% da população. Actualmente, devido ao prestígio associado a esta língua, esta situação alterou-se consideravelmente, e os dados do Censo de 1997 indicam que a percentagem actual de falantes de Português é já de 39,6%. Contribuíram certamente para este aumento o facto de o conhecimento desta língua constituir uma base indispensável à obtenção de benefícios sociais e económicos, o que faz com que, a nível urbano, esteja em curso um processo intenso de mudança de língua “language shift” em direcção ao Português.
A chegada dos primeiros portugueses a Moçambique data de finais do século XV: 1498 é o ano da chegada de Vasco da Gama a Moçambique, podendo dizer-se que, a partir desta data, estão lançadas as bases históricas sociais para o uso do Português nesta região do globo. Contudo, a forma como foi conduzido o processo de colonização teve como principal consequência que só no início do século XX esta língua se torna um efectivo meio de comunicação para algumas camadas da população moçambicana. De acordo com Valkoff (1966), o Português começou a tornar-se uma língua franca na costa ocidental de África na segunda metade do século XV, e, no século XVII, estava no seu auge na chamada “Colónia do Cabo” (África do Sul). No século XVIII, começa a dar gradualmente lugar a outras línguas, tornando-se uma “língua moribunda” nesta região no século XIX. No que diz mais particularmente respeito a Moçambique, Newitt (1998) refere que durante os séculos XVI e XVII, a presença portuguesa se fez sentir no litoral de Moçambique, assim como ao longo do vale do Zambeze, em Sofala e Tete, sobretudo através da actividade comercial, o principal motor dos contactos estabelecidos entre os portugueses e a população local. Embora não se disponha de informação documentada sobre o papel que o Português desempenhava neste intercâmbio, sabe-se que a presença portuguesa trouxe poucas mudanças fundamentais na estrutura económica e social local (Newitt, 1998), sendo pois pouco provável que tenham chegado a surgir nesta época focos importantes de uso desta língua. Um argumento adicional em favor desta hipótese é a resistência cultural que as populações locais oferecerem à penetração portuguesa. De acordo com Ferreira (1977), a penetração dos portugueses em Moçambique foi muito mais difícil do que em Angola, visto que o islamismo já tinha ali estabelecido raízes profundas. Este autor refere que “Vasco da Gama falava de um povo com uma cultura muito mais avançada que a portuguesa” e menciona a existência de “uma elite local, principalmente swahili, que vivia em cidades administradas por árabes que tinham divulgado a sua cultura e religião”. Só a partir de meados do século XVIII (1752) é que a administração de Moçambique passa a depender directamente de Portugal e não da Índia, e só nos finais do século XIX (1886) têm início as campanhas militares ditas de “pacificação”, através das quais Portugal pretende assegurar a sua presença neste território. A nível da educação formal, a documentação disponível revela que, neste mesmo período (1890), havia uma única escola primária em todo o país. A ocupação sistemática de Moçambique pelos portugueses está concluída em 1918, data que assinala o fim das campanhas militares, e é nesta primeira metade do século XX que começam a ser tomadas medidas de relevo para o desenvolvimento de bases sociais que podem garantir a difusão do Português em todo o país. Assim, em 1930, através do “Acto Colonial”, é criada a legislação que regula a relação de Portugal com as suas colónias, e é também neste ano que é criado o ensino indígena, através do qual a potência colonial procura assegurar que as populações locais tenham acesso à instrução formal em Português. Vale a pena assinalar que é ainda nesta primeira metade do século XX que surgem os primeiros jornais literários em língua portuguesa nomeadamente O Africano e O Brado Africano que assinalam a existência de uma elite moçambicana local produtora de um discurso culto em Português. É a partir deste período que se desenvolvem os centros urbanos no sul do país, e que se inicia a colonização massiva do território: em 1950 chegam a Moçambique 50.000 colonos, e há notícia de que em 1960 chegaram mais 90.000. Estes podem ser considerados factores que favoreceram a difusão da língua portuguesa neste país. Apesar dos esforços desenvolvidos pelo regime português nos últimos anos do domínio colonial no sentido de consolidar a sua presença em Moçambique, na altura da independência, em 1975, o Português, era essencialmente, conforme foi aqui referido, uma língua urbana, falada como segunda língua por uma pequena parte da sua população. A partir desta data, verifica-se uma forte expansão da comunidade de falantes desta língua, quer devido ao alargamento do seu uso a contextos não formais como mercados ou restaurantes, quer devido à explosão escolar que caracteriza o final dos anos 70. No que se refere à área educacional, os dados estatísticos disponíveis revelam que, imediatamente a seguir à independência, duplicou o número de alunos inscritos no ensino primário, passando de 650 mil para um milhão e trezentos mil.
Este é o contexto histórico social em que se formou a actual comunidade de falantes de Português em Moçambique, e, consequentemente, o contexto em que surgiu a variedade moçambicana desta língua. A história interna deste “Novo” Português, e mais particularmente a caracterização dos fenómenos ocorridos nos primeiros tempos de formação desta variedade, não foram ainda objecto de estudo sistemático. Algumas pesquisas exploratórias sobre o Português usado no início deste século (1911-30) revelam, por exemplo, a existência de diversos neologismos de origem bantu: alguns desses empréstimos sobreviveram até hoje (exemplo s: milando (‘confusão’), lobolo (‘tributo pago pelo noivo aos pais da noiva’), mulungo (‘branco’)), mas outros parecem ter caído completamente em desuso (exemplos: tinemba (‘polícias’), murini (‘agricultor’). Os estudos mais consistentes sobre a variedade moçambicana do Português, que tomam como base empírica o discurso oral e escrito produzido a partir do final dos anos 70, apontam já para algumas tendências estáveis de mudança relativamente ao modelo original, o Português europeu.

Qual importância da disseminação da língua portuguesa
Na minha opinião a disseminação da língua portuguesa foi e é importante devido ao facto de ser uma ferramenta importantíssima para podermos expandir sectores nacionais de actividade no mundo como por exemplo o comércio e a divulgação da cultura portuguesa (turismo, património)


Qual importância da disseminação da língua portuguesa


Na minha opinião a disseminação da língua portuguesa foi, e é importante devido ao facto de ser uma ferramenta importantíssima para poderemos expandir em diversos sectores com por exemplo no comércio, na divulgação da cultura portuguesa.


Fonte: Aqui , aqui e aqui

terça-feira, 4 de maio de 2010

Alterações no meu local de residência

Nos últimos 15 anos o território da zona de Cascais sofreu transformações bastantes significativas. Essas alterações passaram sobretudo por construções de grande porte tais como centros comerciais, marina, grandes condomínios privados, hotéis, hospitais, centro de saúde, viadutos, estradas novas e outras remodeladas. Grande parte destas construções foi feita na zona envolvente do centro histórico.
O impacto que esta evolução da cidade de cascais teve na minha vida foi mais no sentido da mobilidade. Se por lado melhorou as acessibilidades e a rede de transportes, em contrapartida o congestionamento piorou, devido à alteração do sentido rodoviário de algumas estradas.

A nível do impacto na população em geral, se por um lado melhorou a qualidade de vida da população, por outro obrigou-a a virar-se para o desenvolvimento do sector de apoio ao turismo, pois antes disso uma das principais actividades da população local era a pesca.
Destas alterações no ordenamento do território de Cascais, aquelas de que pessoalmente discordo são a destruição um campo de futebol, que durante tantos anos serviu a população mais jovem deste concelho, para se erguerem mais uns blocos de betão pintados. Outra que contesto foi a demolição do velhinho pavilhão gimnodesportivo do dramático de Cascais, que tantas alegrias deu aos jovens de Cascais e não só.

Diogo Maris Coelho




04/05/10

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Boca do Inferno

A Boca do Inferno localiza-se na costa Oeste da vila de Cascais. O visitante da Boca do Inferno apercebe-se facilmente da imponência do local. Em dias de mar mais agitado consegue-se observar o bater das ondas pelas rochas dentro. É uma espécie de caverna, que combina a sua beleza natural com o mar revolto. Um ponto de interesse bem perto de Cascais, que convida não só à contemplação do local, mas também a um passeio a pé.

Podemos começar por falar de uma lenda atribuída ao local e que, possivelmente, poucos conhecem. Sabia que a Boca do Inferno está ligada a uma história de romance, ciúme e vingança?
Pois é. Segundo se diz, há muito tempo atrás, existia naquele local um castelo, onde vivia um terrível feiticeiro. Um dia, ele decidiu casar-se e escolheu para noiva a mais bela mulher das redondezas, através da sua lâmina de cristal de rocha.
Quando a trouxeram até si, ficou impressionado porque ela era ainda mais bela do que parecia. Cheio de ciúme, e com medo de a perder, decidiu fechá-la numa torre alta, escolhendo para seu guardião o seu cavaleiro mais fiel. Este, cheio de curiosidade, decidiu um dia subir até à torre para ver que prisioneiro era aquele que guardava há tanto tempo.

O nome "Boca do Inferno" atribuído a este local deve-se à analogia morfológica e ao tremendo e assustador impacto das vagas que aí se fazem sentir. As rocha na falésia são de natureza carbonatada. A erosão exercida pela acção das águas das chuvas, contendo dióxido de carbono dissolvido, provoca a dissolução do carbonato. Através deste processo formam-se cavidades e grutas no interior dos calcários. É bem possível que o local tenha sido uma antiga gruta. Com o abatimento das camadas superiores a gruta terá sido destruída, restando uma enorme cavidade a céu aberto.


Com características únicas, é local de lazer, onde se pode desfrutar de uma paisagem divina e magníficos pôr-do-sol, sendo apenas ensombrada por não raros suicídios cometidos na sua perigosa e desprotegida falésia.
Actualmente, o mar com embates violentos e impiedosos, eleva-se numa espuma branca e mortífera por dezenas de metros, continuando a desgastar a milenar rocha, aumentando desta forma a espectacularidade e a dimensão da Boca do Inferno.




Património natural e memórias


A Boca do inferno, para mim, representa um espaço de velhas lembranças. Nos meus tempos de criança era uns dos pontos de encontro com os meus amigos. Encontrávamo-nos lá para passar algum tempo, andávamos de bicicleta, jogávamos as escondidas, conversávamos sobre diversos temas tais como futebol e música. Mesmo quando estava só, ficava apenas apreciar a paisagem. Inclusivamente numa das vezes em que jogávamos às escondidas, um amigo, nosso, o Abílio, ao correr por cima das rochas, tropeçou numa delas e partiu a cabeça. Se bem me recordo, umas das pessoas que por ali passava e que se tinha apercebido do sucedido, foi até um café que havia por ali telefonar para o 115. Foi um episódio desagradável porque a minha avó e os pais dos meus amigos tiveram conhecimento do sucedido e proibiram os nossos encontros naquele local. Mas ainda assim continuámos a encontrarmo-nos lá. Com o passar do tempo, comecei a olhar para aquele sítio com outros olhos pois era o local onde me sentia bem e me transmitia tranquilidade. Quando sentia alguma inquietação na minha vida e precisava de reflectir, ou até mesmo de me abstrair do resto do mundo, deslocava-me até lá. Sentava-me num dos rochedos que por lá existe e ficava por lá horas sem fim a observar o mar revolto. A ouvir as ondas a bater nas rochas, a sentir o aroma do mar. Como era o local que para mim tinha uma beleza e um significado muito especial, por vezes também o partilhava com algumas namoradas.
Ainda hoje quando passo por lá ou oiço falar na Boca do Inferno não consigo deixar de me lembrar dos momentos que por lá passei.


Existem inúmeros espaços que podemos classificar como património natural. Esses espaços podem ter algum significado para a população local ou até mesmo para as pessoas que por lá passam, pela beleza ou história ou outro motivo,mas poderá também ter um significado muito especial para cada pessoa que por lá passa conforme a relação pessoal que tem com esse local







Fontes de pesquisa, AQUI, AQUI e AQUI